Foto de: Engin Akyurt de Pexels
Em tempos de perspexidade com a caótica reviravolta mundial, afastamento de corpos, medo coletivo, perdas humanas e materiais cotidianas, mais do que nunca o tempo da vírgula se impõe como uma necessidade.
Fomos forçados a parar, a desacelerar, a ressignificar vários aspectos da nossa vida. Criamos nova disciplina dos corpos e diferentes estratégias de sobrevivência e interação. Buscamos explicações humanas e espirituais para tamanha tragédia e, apesar de cercados por excesso de informações, não sabemos no que acreditar e o que esperar do futuro.
A espécie humana - soberana no Planeta Terra - tornou-se ameaçada e vulnerável diante de um micro-organismo invisível e incontrolável. Os arrogantes Homo sapiens que agem como se todos os demais seres vivos e inanimados do planeta existissem apenas para servi-los, viram-se diante de seus próprios limites e finitude.
Testemunhamos que o planeta sobrevive sem nossa presença, mais do que isso, que vive melhor com nossa ausência. Presenciamos a natureza se regenerar pulsantemente quando saímos de cena. Clima, flora, fauna, águas demostraram saúde com a nossa doença. Diante dessa revelação, é urgente a escrita de uma vírgula, um tempo para refletirmos e para redefinirmos a rota para a Humanidade e todo o planeta daqui para frente.
Para isso, outra análise se impõe. As Fronteiras e nacionalismos, tão arduamente defendidos ao longo da História, perdem o sentido quando a Humanidade está ameaçada. Vírus, doenças, mudanças climáticas, tragédias naturais, quedas de meteoros, tudo que pode colocar em risco a existência humana não enxerga as fronteiras nacionais criadas pelos homens. Na nova rota que precisaremos trilhar a união, parceria e solidariedade mundial serão fundamentais. A utopia de um mundo sem fronteiras e de solidariedade universal está mais viva do que nunca.
Essa é a grande lição desse surreal 2020. Ao ditado “para um bom entendedor, meia palavra basta”, acrescento “para um bom entendedor, meia palavra não basta, é primordial uma vírgula”.
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